

Após um primeiro semestre marcado pela redução de casos em relação a 2024, o Rio Grande do Norte registrou novo aumento nas notificações de dengue entre julho e setembro deste ano. O crescimento de 48,2% no Estado e de 33,8% em Natal reflete o comportamento sazonal da doença e reacende o alerta sobre a necessidade de reforço nas ações de prevenção. Embora o total anual ainda indique queda de 45,7% no RN e de 36% na capital, o aumento recente coincide com o período mais chuvoso, quando o mosquito Aedes aegypti encontra condições ideais para se reproduzir.
A médica infectologista do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL/UFRN/Ebserh), Gisele Borba, explica que a oscilção é esperada e diretamente associada às variações climáticas típicas da região. “A gente tem, cronicamente, esse aumento de dengue nesse período mais chuvoso. Então, esse período do meio do ano, entre abril e junho ou entre julho e setembro, dependendo da distribuição de chuvas ao longo do ano, a gente tem esse aumento nos casos de dengue. Isso é natural mesmo da nossa condição, do nosso clima”, explica.
Segundo a especialista, além do fator climático, a redução das campanhas de conscientização e limpeza também pode ter contribuído para o cenário atual. “No ano passado, tínhamos muita campanha dizendo que a dengue estava aumentando. Então, havia aquela mobilização de retirar lixo, procurar água parada. Este ano a gente não teve. Então é natural que as pessoas esqueçam um pouco e que os casos voltem a aumentar também por conta disso”, afirma.
Apesar disso, a Secretaria Municipal de Saúde informa que vem sendo realizado um trabalho permanente, com monitoramento de forma sistemática. Entre as ações está o tratamento focal de arboviroses na cidade, com visitas acontecendo nas residências nos cinco distritos sanitários do município e a tecnologia das ovitrampas, armadilhas que ajudam no monitoramento e controle dos mosquitos que podem causar arboviroses.